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Ingressando no Mercado de Trabalho: 3 Pontos fundamentais que podem te ajudar

Desde a minha colação de grau tenho acompanhado a trajetória de colegas das diversas áreas de formação (engenharias, administração, psicologia, direito, etc) na busca por um emprego e colocação no mercado. Através de observações e conversas com amigos trilhando o mesmo processo percebi uma dificuldade geral no cumprimento desse objetivo, sempre permeada por uma justificativa em comum: a falta de experiência – isso quando existia algum feedback – e eu mesma já me deparei com esse discurso diversas vezes.

Me dei conta então do óbvio: não adianta você ser um aluno com excelentes notas na graduação, ou até mesmo ter participado de diversas atividades extracurriculares se não apresenta resultados concretos. É isso que o mercado quer: comprovações. E como alguém que atualmente está e já esteve do lado de lá do processo (realizando o recrutamento e seleção) compreendo que não tem como ser diferente.

Pense no cenário: você abre uma vaga, milhares de currículos chegam em sua caixa de entrada, você precisa selecioná-los (triagem) – aqui já começou o processo – e então entra na pilha aqueles que tem os requisitos básicos para vaga (tanto em conhecimentos quanto realizações), e posteriormente segue-se para uma entrevista, a fim de investigar melhor esse candidato, suas conquistas, realizações, objetivos e até mesmo perfil comportamental.

O recrutador tem diversas responsabilidades e prazos para cumprir, então dependendo do nível de senioridade e conhecimento que o exercício da vaga exige, o interesse dele será o seu domínio das ferramentas necessárias para exercê-lo e sua capacidade em entregar resultados. Mas ele não te conhece. Ele tem apenas um papel com um histórico em mãos e alguns 30 minutos para ouvir seu discurso e ser convencido. Mas como fazê-lo? Pesquisando e observando, eu percebi 3 fatores fundamentais que podem te auxiliar nesse processo:

1.    AUTOCONHECIMENTO: QUEM É VOCÊ? QUAL O SEU DIFERENCIAL?

Falar sobre si parece algo óbvio, mas não é tão simples assim. O autoconhecimento envolve consciência sobre nossa própria história, qualidades, defeitos e comportamentos. É através dele que identificamos nossos pontos de melhorias, bem como aquilo que nos destaca dos demais, em outras palavras: é ele que nos assegura sobre nossa identidade.

Em uma entrevista de emprego e frente a um entrevistador seremos sempre confrontados em nossas ideias, valores e principalmente a justificar e convencer o outro lado de que a nossa trajetória até ali nos capacitou para exercer as funções do cargo que almejamos. É nesse momento que surgem as inconsistências, as “gafes” e inseguranças, é quando surgem os “brancos” e dúvidas.

Nesse sentido, o autoconhecimento nos permite um posicionamento mais convicto e claro sobre quem somos, auxiliando-nos a contar nossa história com mais firmeza e sentido, aumentando as probabilidades de revelar ao outro nossa capacidade e habilidade para assumir as responsabilidades que o cargo exige.

É pertinente ressaltar que tão importante quanto conhecer sua história é saber conta-la, mas isto só é possível quando nos conhecemos. E se for preciso, ensaie! Quanto mais contamos uma história, mais domínio temos sobre ela, mesmo que seja sobre a nossa vida. Gabriel Goffi, CEO da High Stakes Academy costuma dizer que o nosso mundo externo é um reflexo do nosso mundo interno.

Em outras palavras, o que refletimos externamente é a maneira como temos nos sentido e lidado com nossas questões internas, e isso vale também para uma entrevista de emprego: quanto mais seguros e confiantes estamos sobre nós, mais passamos isso ao outro.

2.    CONHECIMENTO TÉCNICO: QUE FERRAMENTAS VOCÊ DOMINA?

Alguns podem pensar que ter conhecimento técnico é um fator básico para conseguir um emprego e, portanto, assim como o item anterior, algo óbvio. Mas eu venho falar sobre a proatividade em buscar uma práxis. O que isso quer dizer?

Imagine um sujeito que investiu fortemente em sua carreira acadêmica, se dedicando exclusivamente a esse exercício: da graduação ingressou direto em um mestrado, com dedicação exclusiva, e posteriormente engatou um doutorado. Pressupõe-se que essas pessoas sejam almejadas pelo mercado, particularmente devido a sua grande bagagem de conhecimento teórico, domínio sobre assuntos específicos.

Entretanto, a realidade com a qual se deparam é de dificuldades e negativas quando buscam introduzir-se ao mercado de trabalho, esbarrando na mesma problemática abordada no início desse artigo: a falta de experiência. O que quero dizer é que o mercado considera os resultados que você é capaz de gerar e as ferramentas que sabe utilizar em seu favor para isso, e para isso ele irá olhar suas produções e realizações concretas.

Nem sempre há tempo para treinar um novo funcionário, por isso um conhecimento básico sobre determinados assuntos é requisito mínimo. Então quem já os tem, agregados a outras experiências, sempre leva vantagem. Nesse caso, sugiro que mesmo que você não tenha experiência profissional comprovada, busque estudar por conta as ferramentas e metodologias que poderiam agregar e ser utilizadas em sua prática (exemplos: Trello, 5W2H, Excel, aplicação de testes, indicadores, etc.). Algumas delas as vezes exigem processos, mas saber como aplica-las e utilizá-las já é um grande diferencial, principalmente frente aqueles que nem a conhecem.

3.    NETWORKING: VOCÊ É A MEDIA DAS 5 PESSOAS COM AS QUAIS CONVIVE!

Se tiverem de destacar um ponto na lista de vocês, destaquem este! Falar em networking é falar sobre relacionamento. E ao contrário do que muitos pensam, ele não consiste apenas em contatos esporádicos para atender a necessidades específicas.

Não. Ele é um movimento estratégico, onde você alimenta constantemente uma rede de contatos gerando valor a ela e, consequentemente, recebendo valor. Mas cuidado! Não estou falando de um contato puramente movido pelo interesse e oportunismo, mas sim pautado na ética e transparência, com um sentimento genuíno em ajudar e ser útil, ou como eu disse antes, gerar valor. Hoje um dos pontos cruciais para conseguir um emprego é o Q.I.: Quem Indica.

Quando você tem alguém que conhece e confia no seu trabalho, essa pessoa será quase um patrocinador seu, divulgando-o quando souber de alguma oportunidade ou te apresentando a alguém influente, e a indicação é sempre recebida com maior abertura, gerando mais confiança e receptividade. Em alguns processos seletivos, por exemplo, ela pode até te permitir pular algumas etapas.

Grande parte das pessoas que conheço – e sou uma delas – e conseguiram um emprego tiveram as portas abertas através de algum conhecido, e até mesmo em entrevistas de processo seletivo ouço muitos discursos sobre as mudanças de emprego pautadas em indicação.  Além disso, as pessoas com as quais nos relacionamos também moldam, em alguma medida, nossos comportamentos, convicções e desenvolvimento. Por isso é sempre importante analisarmos com quem temos nos relacionado e o quanto isso tem nos influenciado a buscar crescimento ou tem nos mantido em uma zona de conforto.

Tenho plena convicção de que esses são pontos fundamentais para o desenvolvimento, tanto profissional quanto pessoal, o que com certeza gerará algum impacto nas áreas da sua vida. E você, o quanto você tem buscado e praticado cada uma dessas questões?

Sobre o autor

Nathalia Giovana da Silva é psicóloga pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Professional & Life Coach, pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), com MBA em Gerenciamento de Projetos em curso. Atualmente trabalha como Assistente de Recrutamento e Seleção na DB1 Global Software, como Coach (autônoma) e dedica parte do seu tempo livre como Gestora de Voluntários na OSC Pescadores de Vidas.

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