Grande, pequena, por extenso, com detalhes, com símbolos, sem símbolos, de forma simples ou mais complicada.
Essas são algumas das maneiras que podemos ver as assinaturas das pessoas. Mas o que deveria ser única e ter a marca individual de cada um, às vezes se multiplica e acaba sendo copiada por outras pessoas para fraudar documentos, sejam eles particulares ou públicos.
O diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Marco Paiva, explica como é feita a perícia em assinaturas e dá dicas para evitar a falsificação.
“No primeiro momento, o perito olha a forma da letra, mas isso não é o primordial. Muitas autoridades fazem assinatura simples e isso não é o ideal. A assinatura tem que apresentar elementos que dificultem a falsificação. Quando você faz uma assinatura pequena, você pode constatar que ela é falsa, mas é muito mais complicado. Se for mais longa, vamos ter mais chances e grandes possibilidades de comprovar a falsificação. Quanto mais elementos gráficos ela tem, mais fácil de identificar a autoria e mais difícil de falsificar”
“Ao longo do tempo, você automatiza a escrita e aí deixa algumas características suas, dificultando o trabalho do falsário”
Atualmente, pode-se citar seis tipos de falsificação de assinatura:
- A exercitada – quando a pessoa fica treinando para que a assinatura saia igual;
- Com modelo à vista – o falsário tem um modelo e fica tentando imitar;
- O decalque direto – quando se coloca um papel sobre a assinatura autêntica e copia;
- O decalque indireto – usa-se um carbono ou um grafite para fazer a cópia;
- O escanear – quando se escaneia a assinatura ou imprime;
- Sem imitação – a pessoa não conhece a assinatura e cria uma falsa;
- A memória – o falsário conhece e vê a pessoa assinar documentos várias vezes, guardando na memória.
O delegado Hugo Arruda orienta a procurar a delegacia mais próxima em caso de suspeita de assinatura falsificada.
“Procure uma delegacia e faça um boletim de ocorrência. Imediatamente, será instaurado inquérito e as investigações serão iniciadas. Acionamos o Instituto de Criminalística para realização da perícia e ouvimos todos os envolvidos. Normalmente, a falsificação de documentos é usada para obtenção de ganhos ilícitos. Este crime normalmente está relacionado à prática de outras ações criminosas, que podem facilitar a prisão dos falsários”
A pena para a falsificação de documentos públicos varia entre dois e seis anos.
Dicas na hora de assinar um documento
- Faça a assinatura sempre por extenso – quanto maior, melhor
- Use elementos gráficos – eles ajudam na identificação
- Faça a assinatura mais contínua – evite tirar a caneta do papel muitas vezes
- Prefira usar caneta esferográfica
- Nunca assine papel em branco – não é possível identificar a data da assinatura
- Se possível, use um carimbo junto à assinatura.
Fonte: Agência Minas