Muitas vezes, em nossa trajetória profissional, precisamos lidar com a possibilidade da transição de carreira. Nem sempre…
O NÃO é pra todo mundo e NÃO é um palavrão
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Você se lembra quando ouviu o seu primeiro não?
A gente dificilmente se lembra qual e quando foi o primeiro, mas com certeza se lembra da sensação. Quando somos crianças, entendemos que essa palavra é ruim, quase um palavrão.
Dói, a gente chora, faz birra, se pergunta “porque eu? porque não?”. Nessa idade, o não é sempre ouvido para situações e pedidos que pra nós não têm nenhum tipo de problema.
Então a gente cresce e os nãos continuam aparecendo aqui e ali. As birras viram portas batidas, discussões acaloradas com pais e colegas. O efeito da palavra não fica mais leve, mas nós também aprendemos a falar (ou ao menos é o que pensamos).
Em algumas situações, se torna até gostoso, não é? O não pela teimosia, o não pelo ego, o não pelo não. E então vem a vida adulta e com ela, o mercado de trabalho e o ambiente corporativo.
No meio profissional, o não volta a ter aquele ar de palavra proibida. Preste atenção ao seu redor, quando alguém diz não para algo que “você não está fazendo mais que sua obrigação”.
O não é pra todo mundo e você (não) é todo mundo.
Passei boa parte da minha ainda curta carreira profissional aprendendo que o não nunca deve ser dito. “Damos um jeito e fazemos”. Mesmo quando isso significa sacrificar sua equipe, seu curto tempo, sua saúde mental e física.
Quantos já confundiram o ir além das expectativas e superar limites com abraçar o mundo mesmo sem braço e exaurir as forças? Quantos projetos já não foram perdidos ou realizados abaixo do seu potencial por falta de um não, dito na hora certa? Você com certeza deve ter uma lista deles, certo?
Este artigo é fruto de um não dito. E também foi criado como parte do meu processo de aprender a dizer não. Porque além de dizer não, é preciso dizer o não sem culpa, o não que não te faz sentir uma pessoa ruim e um profissional menos capaz.
Além disso, é preciso aprender a preparar quem vai ouvir a entender. Trabalhoso, né?
Talvez por esse motivo, aprender a dizer não seja um dos temas favoritos e recorrentes nas salas de terapia (não sei por aí, por aqui ainda precisam de mais algumas horas da terapeuta).
Haja livro, artigos, conversas. Haja treinamento!
Sim! Falar não é muito bom!
Quando você diz não para um projeto ou para algo dentro do projeto, desde que com fundamentos, significa que você está reconhecendo que pode não ser o melhor para seu cliente no momento.
Você pode reconhecer que existem limitações, pontos de melhoria, que não é perfeito (e quem é?)! No primeiro momento a reação pode ser de espanto ou até de revolta, mas com o tempo, desencadeia-se uma série de resultados que estreitam a confiança.
Quando contratamos um serviço, não queremos alguém que apenas concorde e execute o que achamos que é o certo.
Precisamos de alguém que analise, enxergue vulnerabilidades no projeto, identifique oportunidades que não vimos e saiba nos dizer quando estamos na estrada errada. Assim é com o seu cliente!
Ele não o contrata para ouvir um sim atrás do outro: quem concorda com tudo, não concorda com nada.
E o mais importante: aprender a falar não é aprender a reconhecer seus limites. É pensar no coletivo, na equipe que trabalha junto com você. Quer ver?
Você com certeza já teve um colega de trabalho que dizia sim para tudo, se responsabilizava por mais demanda do que podia entregar, se sobrecarregou e no final além de não cumprir prazos, entregava também algo abaixo do que foi solicitado, prejudicando o resultado final da equipe, a relação com o chefe e o cliente.
Então, porque não dizer não e compartilhar o trabalho com a equipe, para que o retorno final seja realmente acima da expectativa?
Se falar não é fácil, como eu faço?
Em algumas situações o não é melhor do que o sim.
Aqui vão algumas dicas para te ajudar a se entender com o uso do não.
Reconheça que falar não, não é fácil.
Você precisará reconhecer que tem um limite. Limites não são ruins e não significam que você seja menos capaz ou competente. E justamente por forçar um autoconhecimento, o não nunca será tarefa fácil. Quem o ouve também precisará de um tempo para assimilá-lo, assim como quem diz.
Seja empático, mas firme!
O tom de voz e a sua postura são essenciais no momento de falar o não. É necessário reconhecer que o pedido daquele que te ouve é importante, mas mostrar que há outros possíveis caminhos. Cuide para que sua postura seja aberta, seu tom de voz seja suave e amigável.
Lembre-se: um lutador só vai colocar as luvas, se o primeiro chamar para a briga.
Prepare o terreno antes de falar o não.
Levante os motivos, que devem sempre ser reais e fundamentados, e o que você fará no lugar daquilo que está dizendo não. Quem ouve deve entender o sentido e perceber para qual lugar (melhor) esse não o levará.
Não se mostre irredutível e definitivo
Alguns nãos, não são permanentes. Em alguns casos são o adiamento para que uma outra demanda ou situação mais urgente possa ser solucionada.
Aceite o não.
Esse é com certeza o mais importante.
Antes de dizer não, você precisa aceitar o não que vai falar. Uma dica pessoal, que me foi passada nesse processo e sempre me ajuda, é criar listas dos “porquês”. Ao lê-la, é possível entender e visualizar o não que estou prestes a dizer.
Aprenda a ouvir o não e entender que nada está sendo tirado de você. Só a partir daí, saberá falar.
Analisando friamente, aprender a falar não, nada mais é do que treinar um hábito. Torná-lo fácil.
“Hábitos tanto quanto a memória e a razão, são a raiz do nosso comportamento” (Duhigg, Charles. O Poder do Hábito).
Conclusão
Concluímos que mais do que preservar bons relacionamentos, entregar melhores resultados e se auto preservar, dizer não é ter consideração com os outros, ser assertivo e principalmente, manter um foco com o autoconhecimento.
Sobre a autora:
Sarah Priscila dos Santos é formada em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pela UNIPAR e MBA em Marketing Digital e Gestão de Projetos Web pela Faculdade Pitágoras.
É Certificada em Inbound Marketing pela Hubspot e tem experiência em estratégias para crescimento de e-commerces, com a aplicação da metodologia Inbound.
Atua na equipe de marketing da DB1, como Analista de Inbound Marketing para a unidade do ANYMARKET.
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