Muitas vezes, em nossa trajetória profissional, precisamos lidar com a possibilidade da transição de carreira. Nem sempre…
Mulheres na tecnologia, o que precisa acontecer para o cenário mudar?
Fala-se muito sobre mulheres na tecnologia, o assunto é pautado principalmente sobre a representatividade do público feminino nesse ambiente. Perguntas surgem como “Onde estão as mulheres na TI?” “Como atrair mulheres pro mercado tecnológico?” e por aí vai. O Paraná é o estado que lidera o ranking dos com os mais altos salários de mulheres no setor de TI. É um avanço, mas não uma solução.
Em contrapartida, há pouco reconhecimento para os movimentos que existem por trás dessa questão, movimentos que verdadeiramente fomentam, encorajam e colocam profissões ditas “masculinas” no radar do público feminino.
Vale ressaltar que esse não é o foco do artigo, mas existe um problema socio estrutural no conceito de “profissões femininas” e coloco justamente entre aspas, porque profissão e talento não dizem respeito a gênero. Mas nesse artigo vamos nos concentrar em boas práticas de inclusão.
Agora você pode ouvir esse artigo! Aproveite o player abaixo para conferir a leitura do conteúdo:
Programas de incentivo à participação feminina em TI
Hoje vou falar um pouco sobre um programa incrível, que incentiva mulheres a ingressarem em áreas de tecnologia como profissão, além de mostrar “onde estão as mulheres na TI”. O programa foi desenhado, estudado e aplicado por mulheres que já estão no ambiente tecnológico.
O mais legal disso é que é focada em atingir o público feminino, e aberta a todos os públicos.
Estou falando do “Girls 4 Tech”, um programa de ensino EAD com duração de 2h onde o aluno aprende noções básicas e introdutórias de programação, com ênfase em HTML e CSS, criado no ano passado pelo Ebanx e a Junior Achievement Paraná.
Num passo importantíssimo para reduzir o gap de gênero na área, além de ajudar empresas que necessitam de profissionais e diversidade, como também mostram uma possibilidade de carreira para mulheres interessadas na área.
Dentro da plataforma você encontra todos os métodos de ensino, podendo adequar a sua própria maneira de aprendizado, tem vídeo aulas, apostilas complementares e testes para avaliação de aprendizado (que você tem acesso à correção e pode aprender com os erros).
Além de tudo isso, existem indicações de links para se aprofundar mais nos assuntos referente às aulas.
Outro ponto relevante que podemos absorver desse movimento de inclusão é referente ao público alvo – meninas cursando ensino médio, que podem considerar acessível ter uma profissão no ambiente de desenvolvimento tecnológico.
A plataforma traz uma linguagem extremamente intuitiva para quem não está habituada a ouvir sobre tecnologia e questões mais técnicas, e também foi pensado no público de baixa renda pois a plataforma é online e grátis. Você pode pausar, anotar, voltar e rever o vídeo, ler quantas vezes for necessário, o que facilita o aprendizado de todos.
O ponto que gostaria de trazer para refletirmos é que talvez devêssemos mudar algumas perguntas, como por exemplo, daquelas que fiz no começo do artigo “onde estão as mulheres na tecnologia?” ou “Como atrair mulheres pro mercado tecnológico?”.
Imagine um cenário no qual as perguntas são:
Como fazemos para incluir as mulheres na tecnologia?
“Como podemos tornar o ambiente tecnológico mais acessível às mulheres?”
“Quais ações de inclusão de diversidade existem nesse ambiente?”
Imagine um pouco mais além: a comunidade focada em SOLUCIONAR.
Refletir sobre o problema, entender que existe uma raiz sócio estrutural, mas também que quando o problema é na estrutura, qualquer ação, pequena ou grande, tem impacto direto na mudança da realidade desse cenário.
E como disse, questões de equidade e igualdade de oportunidades podem ser discutidas em outro momento, mas está tudo amarrado, são todos assuntos conectados como uma rede.
Desequilíbrio no ambiente de trabalho
O ponto é que o desequilíbrio entre homens e mulheres no ambiente da tecnologia não tem nada a ver com diferenças biológicas, e sim com contexto socio cultural, por isso te convido a pensar:
“Será mesmo que as mulheres não se interessam por assunto que envolvam tecnologia?”
“As mulheres realmente se interessam por profissões relacionadas a cuidado, ou é uma construção social?”
A cultural social funciona a partir de uma expectativa gerada sob as questões de gênero. Desde criança, meninas e meninos são incentivados a seguir profissões completamente diferentes, como se a profissão também fosse uma questão de gênero e não de talento e escolhas.
Conclusão
Para quebrar esse ciclo é necessário programas de inclusão, que mostrem a possibilidade de livre escolha, pois lugar de mulher é na tecnologia ou onde ela quiser.
A plataforma de ensino “Girls 4 Tech” é mais um exemplo de movimentos de inclusão sendo feitos e mostrando possibilidades que não seriam pensadas se dependêssemos somente da cultura social, por isso reafirmo a necessidade de movimentos de inclusão para desconstruir esse tabu.
Sobre a autora
Jennifer Simon é formada em Administração de empresas pela Universidade Estadual de Maringá.
Faz parte do time do comercial de IT Services, atuando com ênfase em prospecção de empresas de médio e grande porte. Interessada em assunto que envolvem gestão de time, e cultura organizacional, focando sempre em pessoas.
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