A área de tecnologia se expande cada vez mais, tornando-se um mercado bastante aquecido para…
Construir soluções em vez de só consumi-las: Como DB1 Start pode ajudar nisto
Entre os meses de agosto e outubro, tive a alegria de conduzir um grupo de 32 pessoas incríveis. Elas chegaram até a minha pessoa após um processo severo de seleção e foram selecionadas para fazer parte da segunda turma do DB1 Start.
O que é o DB1 Start
DB1 Start é um curso gratuito com 200h de duração para apaixonados por tecnologia. Ele traz a experiência de fazer um projeto completo de software, através das boas práticas de mercado.
O objetivo do curso é compartilhar práticas utilizadas para a formação de trainees. O curso teve início em 21/08 e término em 01/11. Foram 32 alunos participantes, dentre eles, 31 concluintes e 12 contratados até dezembro.
Estas pessoas chegaram com suas diversas idades e formações. O que as unia era o desejo de participar deste mundo tecnológico tão evolutivo.
Foram 10 semanas muito intensas. O foco era torná-los produtores de tecnologia e não mais apenas consumidores. Resumindo, prazo curto para tantas possibilidades e muitos sonhos envolvidos.
Os assuntos definidos para serem compartilhados no DB1 Start
- Introdução a computação
- Básico de sistemas operacionais
- Introdução a linguagem de programação
- Básico de lógica de programação
- Fundamentos do Java com teste unitário
- Orientação a objetos e UML
- Introdução a Java 8
- Banco de Dados
- Engenharia de Software
- Controlador Versão – Git
- Java e frameworks – Maven
- Java e containers web
- Java e frameworks – Hibernate
- HTML e Bootstrap
- Java e frameworks – JSF
- Java e frameworks – JasperReport
- Java e microservicos
- Básico Angular JS
- Básico Cloud Computing
- Projeto web corporativo
Deste somente dois itens não foram entregues:
- Java e microservicos
- Básico Angular JS
A decisão destes temas não serem abordados ocorreu após uma análise do quanto isto iria agregar para a turma naquele momento (valor percebido). Mas eu não poderia escolher isto de forma isolada ou tirana. Eu precisava envolve-los nesta decisão e esta aproximação de professor e alunos foi um dos pontos fortes do curso.
Além da parte técnica, para que o sucesso do curso existisse era necessário fortalecer algumas habilidades que todo profissional deve ter:
- Feedback constante
- Comunicação contínua
- Alinhamento contínuo (todos enxergarem o mesmo alvo)
- Coragem (comportamento necessário para trabalhar em grupo, dar e receber feedback e se comunicar)
- Simplicidade (a arte de maximizar a quantidade de trabalho que não precisa ser feito)
Foi por meio destes comportamentos e do refinamento na parte técnica que muitos sonhos e desejos saíram do papel e eu como um formador e facilitador não poderia ignorar estes detalhes.
Desafios e aprendizados do início do curso
Lembro de logo no primeiro dia, ao invés de cada um ficar se apresentando sem muito objetivo, usei duas dinâmicas de colheita de expectativas. Costumamos chamar isto de retrospectiva. Alguns vão falar “ué, retrospectiva não é no fim de uma iteração???” e eu devolvo a pergunta, “por que não usar o período antes de começar algo para já começarmos todos alinhados e melhorando sempre?”
Esta colheita foi muito interessante e lembro de dois pontos que foram relatados:
- Procratinação, como um ponto que deixaria eles lentos
- Eles verem diariamente coisas sendo construídas e fazendo sentido, como um ponto de aceleração.
Figura 1 – Uma das dinâmicas aplicadas logo no primeiro dia de aula
Estes dois itens serviram como insumo para o restante do curso e a mudança do meu comportamento. Mas ainda assim eu fiquei confuso e com o senso de estar perdido nos primeiros dias de aula. Afinal, não era um grupo de pessoas semelhantes aos que participam comigo em ambiente acadêmico (graduação e pós). A resposta tinha que ser rápida, efetiva e o nosso tempo de erro tinha que ser reduzido.
Nisto me vieram alguns princípios que eu acredito:
- Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas
- Responder a mudanças mais que seguir um plano
Fonte: Manifesto Ágil
Feedbacks contínuos e alunos integrados
Para facilitar a minha sequência de trabalho, quebrei o curso em semanas (estilo sprint), mas seria muito ruim esperar o fechamento da semana para ter feedback de como havia sido o aprendizado. Por isto, pensei “por que não fazer feedback diário e estreitarmos a nossa comunicação”.
Isto foi muito bom e ajudou na forma como os participantes se ligavam ao professor (no caso eu). Mas ainda faltava uma coisa:
Eles precisam ser um time.
Eles tinham idades variadas e vieram de diversos colégios e faculdades. O que os ligaria?
E aí usei algumas dinâmicas de construção de times (team building) e os relacionamentos interpessoais começaram a acontecer.
Passada a semana 1, fizemos uma nova rodada de retrospectiva para colher o que poderíamos mudar ou não. Queríamos responder mais às mudanças do que seguir um plano.
E isto se repetiu para as demais semanas.
Na parte técnica, eu tinha a grande escolha de fazer como a grande maioria dos professores costuma fazer ou não. Eu preferi seguir o não. Para isto apliquei os conceitos de Extreme Programming (XP) que é uma metodologia ágil baseada em 5 valores (feedback, comunicação, coragem, simplicidade e respeito), conforme você leu ali em cima.
Feedback e comunicação estávamos fazendo. Coragem, eles estavam começando a receber desafios: durante o curso eles foram desafiados a deixar o código fonte público num GitHub, a fazer revisão de código, a fazer primeiro testes antes de programar (TDD), a falar em público e entre outras atividades.
A simplicidade foi sendo trabalhada durante todo o curso, em especial na elaboração do projeto final. No início permiti que eles sonhassem com muitas coisas, mas fui orientando todos para pensarem no que realmente era o escopo mínimo. E os resultados foram projetos muito bem entregues e com excelentes feedbacks dos colaboradores da DB1 (que participaram da banca de apresentação e conclusão do curso).
Veja abaixo alguns destes projetos dos alunos do DB1 Start:
Figura 2 – Equipe Combo State – Sistema de avaliação de provas
Figura 3 – Equipe Initium – Sistema de avaliação de provas
Figura 4 – Equipe IT Progress – Sistema de biblioteca
Figura 5 – Equipe 52DEV – Sistema de biblioteca
Figura 6 – Equipe Sysout Tech – Sistema de avaliação de provas
O start principal é na mudança
Não sei direito como concluir esta postagem, pois é muito difícil relatar a intensidade que foram as 10 semanas. Posso dizer que elas trouxeram tanta mudança em mim que até hoje é latente práticas que apliquei durante o curso.
Muito mais do que não termos fechado todo o conteúdo proposto, aprendi a valorizar a jornada de aprendizado e perceber o quanto todos foram transformados nesta caminhada.
Jurgen Appelo, em seu livro Workout diz: “We should celebrate learning, not successes or failures”.
Abaixo compartilho a foto dos 31 concluintes. Hoje efetivamente posso dizer que eles pararam de serem apenas consumidores de tecnologia e passaram a ser produtores de tecnologia e com certeza profissionais muito mais capacitados para um mercado tão necessitado.
Quer participar da próxima turma do DB1 Start? Curta a página da DB1 Global Software no Facebook e fique atento para o período de inscrições!
Deixe aqui seu comentário sobre sua impressão do DB1 Start, todo feedback é bem-vindo!
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